Soma de remunerações de cargos públicos acumulados pode ultrapassar o teto

Para juiz do DF, o limite constitucional deve incidir isoladamente sobre cada uma das remunerações.

 

“Configurada a acumulação lícita de cargos públicos, o respeito ao tetoremuneratório deve ser aferido em relação a remuneração de cada um deles isoladamente considerada, devendo ser excogitada a incidência do teto sobre a soma de ambos os vencimentos.”

A partir desse entendimento, o juiz Federal substituto Tiago Borré, da 1ª vara do DF, deferiu antecipação dos efeitos de tutela para determinar que a União e o DF se abstenham de promover o “abate-teto” sobre a soma das remunerações percebidas por servidor, em razão da acumulação lícita de cargos públicos.

O autor acumula licitamente os cargos de analista judiciário do TJ/DF e médico da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Por isso, a soma das remunerações recebidas ultrapassam o teto, razão pela qual vinha sofrendo os descontos desde setembro de 2014.

Ao conceder a tutela antecipada, o magistrado ressaltou que, conforme o art. 37, incisos XI, da CF“a remuneração de cada um dos cargos não pode superar o teto do funcionalismo, mas admite-se que a soma delas ultrapasse o limite constitucional“.

A causa foi patrocinada pelo escritório Ibaneis Advocacia e Consultoria.

Confira a decisão.

Nascido em Brasília em 10 de julho de 1971, formou-se em Direito no Uniceub em 1993. É pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho e Processo Civil. Conselheiro Seccional eleito por duas gestões 2004/2009, tendo presidido a Comissão de defesa e prerrogativas da OAB/DF. Vice-presidente da OAB/DF no período de 2008/2009. Ocupou o cargo de Secretário-Geral da Comissão Nacional de Prerrogativas do Conselho Federal da OAB na gestão 2007/2010. Eleito Presidente da OAB/DF para o triênio 2013/2015, tendo recebido a maior votação da classe dos advogados no Distrito Federal com 7225 votos. É diretor do Conselho Federal da OAB na gestão 2016/2019, corregedor-geral da OAB e conselheiro federal pela OAB/DF.