Eleições para governador terão segundo turno em doze estados

Para além da configuração do segundo turno para as eleições para presidente, a votação deste domingo (5/10) contrariou muitos institutos de pesquisa e surpreendeu muita gente que acompanha o cenário político há anos. Resultados em alguns estados mostraram como o pleito continua quase imprevisível.

A que mais salta aos olhos é a eleição de Flavio Dino (PCdoB) (foto) governador do Maranhão logo em primeiro turno, com 64% dos votos válidos. Quebrou a hegemonia de mais de 50 anos da família Sarney no estado. Dino levou quase o dobro dos votos  do candidato apoiado pelo clã do ex-presidente da República, Lobão Filho, do PMDB (filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão).

Outra situação inesperada é a eleição do petista Rui Costa também já no primeiro turno para governador da Bahia. Até sábado (4/10), os institutos de pesquisa apontavam para um segundo turno apertado entre Costa e Paulo Souto (DEM). E com Souto tecnicamente na frente. Rui Costa foi eleito neste domingo com 53% dos votos válidos. Paulo Souto recebeu 38% dos votos.

O Distrito Federal talvez tenha demonstrado o quadro mais suis generis. O resultado deste domingo é que Rodrigo Rollemberg (PSB) e Jofran Frejat (PR) vão para o segundo turno. O que significa que o candidato à reeleição, Agnelo Queiroz (PT), ficou de fora.

É um quadro que não deve ter precedentes na história da política do Distrito Federal. Muito disso se deve ao fato de o Tribunal Superior Eleitoral ter cassado o registro de candidatura de José Roberto Arruda (DEM) a poucas semanas do fim do prazo para que a coligação substituisse o candidato.

Arruda, que já foi governador do DF, era o favorito absoluto. As pesquisas de intenção de voto diziam que 60% do eleitorado o escolheria já em primeiro turno. Só que com a confirmação de uma condenação por improbidade administrativa, pelo Tribunal de Justiça do DF, o TSE entendeu que Arruda estava descrito nos casos de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa.

O ex-governador chegou a tentar cassar a decisão do TSE no Supremo Tribunal Federal, por meio de um Mandado de Segurança. Mas como se aproximava o prazo para a substituição do candidato pela coligação, Arruda renunciou do registro e foi escolhido Jofran Frejat para o seu lugar. E conseguiu emplacar um segundo turno, deixando de fora o candidato à reeleição.

No Rio Grande do Sul, aconteceu outra grande surpresa para desmoralizar as previsões:  enquanto as pesquisas anunciavam um segundo turno entre o atual governador Tarso Genro, do PT, e a senadora Ana Amélia, do PP, o vencedor do pleito acabou sendo o peemedebista Ivo Sartori. Também no Rio de Janeiro, numa briga entre candidatos evangélicos, Marcelo Crivella, do PRB, conseguiu quatro mil votos a mais e deixou de fora do segundo turno o favorito Anthony Garotinho, do PR.

Sopa de letras 
O grande vencedor das eleições para os governos dos estados só será conhecido no segundo turno. Entre os quinze governadores eleitos já no primeiro turno, quatro estão filiados ao PMDB, quatro ao PT, dois são do PSDB e dois do PSB, enquanto PSD, PDT e PCdoB já têm um governador eleito cada. Mas o PMDB tem chances de ampliar sua liderança amplamente, já que disputa eleições em oito dos doze estados onde haverá segundo turno. Já para o PT, as perspectivas são as de que irá despencar da liderança que ocupa ao lado do PMDB, uma vez que só vai permanecer na competição em dois estados no segundo turno. Quase certamente será ultrapassado pelo PSDB, que estará disputando os governos em seis estados, no segundo turno.

Entre os cerca de 30 partidos que participaram das eleições, recebendo verbas do fundo partidário e desfrutando das benesses do horário de propaganda eleitoral obrigatória, apenas sete partidos conseguiram eleger pelo menos um governador de estado, e mais três tentam a façanha no segundo turno. Além de gigantes, como o PMDB, PT e PSDB, estão na parada ainda os nanicos Pros, PR, PRB e PCdoB, que derrotou a família Sarney no Maranhão.

Nascido em Brasília em 10 de julho de 1971, formou-se em Direito no Uniceub em 1993. É pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho e Processo Civil. Conselheiro Seccional eleito por duas gestões 2004/2009, tendo presidido a Comissão de defesa e prerrogativas da OAB/DF. Vice-presidente da OAB/DF no período de 2008/2009. Ocupou o cargo de Secretário-Geral da Comissão Nacional de Prerrogativas do Conselho Federal da OAB na gestão 2007/2010. Eleito Presidente da OAB/DF para o triênio 2013/2015, tendo recebido a maior votação da classe dos advogados no Distrito Federal com 7225 votos. É diretor do Conselho Federal da OAB na gestão 2016/2019, corregedor-geral da OAB e conselheiro federal pela OAB/DF.